O
CIÚME NO TRABALHO
Os problemas de ciúme
no trabalho são mais freqüentes do que parecem. O caso mais comum é o do
subordinado que se amargura toda vez que um colega é cortejado pelo chefe. Torce-se, contorce e retorce quando vê o seu colega
conquistando o carinho do patrão.
Os funcionários
demasiadamente ciumentos sonham em deter o monopólio das atenções do chefe. E,
para tanto, desenvolvem comportamentos inusitados: escondem dados dos colegas,
fornecem informações parciais, comportam-se com intolerância - não medindo as
conseqüências de seus atos para o bom funcionamento da empresa. É preciso
distinguir ciúme de inveja. O ciúme é um sentimento que visa proteger uma
relação valiosa. O desejo do ciumento é desfrutar o objeto do ciúme.
O desejo do invejoso,
ao contrário, é ver o fracasso do invejado. A inveja é um sentimento de cólera
que o sujeito experimenta quando percebe que o outro possui um objeto
desejável. No trabalho, o excesso de ciúme tende a bloquear oportunidades
valiosas para as pessoas e para a empresa, é isso que acontece quando a funcionaria/o,
por ciúme, decide filtrar as demandas / propostas que chegam ao chefe.
Muitos atribuem o ciúme
no trabalho a um rebaixamento da auto-estima, aos problemas pessoais e a deficiências
psicológicas. As pesquisas mostram, porém, que o ciúme não é um distúrbio
emocional, mas sim um produto de um desbalanceamento de gratificações. A
administração do ciúme cai no terreno da administração do poder. A redução do
ciúme depende muito mais de negociação de atenções do que de erradicação psicológica.
Nesse campo, os mediadores são mais úteis do que os curadores.
As pessoas que detêm
poder gastam muito tempo administrando vaidades. Não há outra saída. Só assim
elas conseguem evitar que o ambiente de trabalho se transforme num festival de
flechas envenenadas. O ciúme é reflexo de um desequilíbrio na distribuição das
atenções. Isso depende muito dos chefes. Convém a eles perguntarem a si mesmos,
no fim de cada dia: Como distribuí minha atenção? Alijei alguém? Isso afetou a
conduta dos meus funcionários?
A administração do
ciúme envolve quem detém poder e quem deseja atenção. A unidade de trabalho é o
amálgama das duas partes e não cada uma em separado. Convém aos chefes fazerem
um esforço constante na direção a um mínimo de equilíbrio na distribuição do
poder e lutar para o ciúme não virar inveja.
Todavia, convém atentar
para um detalhe. Tão perigoso quanto o excesso de ciúme é a sua ausência. Para
a organização, é importante manter abertos os canais para a expressão de alguns
sinais de ciúme. A negação total do ciúme pode conduzir as pessoas à
indiferença e apatia. Parece paradoxal mas, as pesquisas confirmam isso. No
trabalho, alguns chiliques de ciúme são necessários, da mesma forma que a sua
ausência é prejudicial.
Observar o seu colega
de trabalho a conversar com outra colega ou com o supervisor de forma fluente
ou afetivamente pode facilmente tirar a espoleta dos ciúmes… e ainda bem!
Talvez fosse pior se não sentisse nada! Ao verificar que o seu chefe possa
sentir-se contente e afável pelo seu companheiro/a e ver que essa reação se
transforma numa pontinha de ciúmes, está a validar o seu orgulho por ele ou por
ela, o carinho que tem em estar com essa pessoa e a vontade que tem de a
relação continuar a dar certo. Isso é extremamente positivo, por isso, porquê
deixar que os ciúmes se transformem em algo negativo como uma cena ou discussão
desagradável?
Já alguma vez pensou
que os ciúmes que sente cada vez que o seu supervisor fala de um/a certo/a
colega de trabalho, ou quando a sua colega ganha produção extra, pode ser um
indicador de que falta algo na vossa própria relação? Talvez gostasse que o
chefe o convidasse para ir tomar um simples café de vez em quando? Talvez
gostasse de ter o tipo premiação que ele tem com a colega do trabalho?
Transforme os ciúmes em mais empenho e dedique-se mais à sua relação, começando
por comunicar as suas necessidades ao seu companheiro/a e pedindo que ele/ela
faça o mesmo.
Os ciúmes não só criam
sentimentos de frustração, raiva e insegurança no seio de uma empresa, como
podem abalar a nossa própria auto-estima: não sou tão requerido, inteligente,
feliz ou confiante no meu serviço. Evite que os ciúmes se transformem em
ataques negativos a si próprio. Em vez disso, aproveite esse ataque ciumento
para se auto-motivar e mude aquilo que quer mudar em si. Utilize como um
incentivo para cuidar mais de si, para crescer e ser uma pessoa melhor – quer
seja a nível físico, mental ou espiritual.
Uma relação de longa
data no trabalho às vezes torna-se alguns momentos monótonos. Não dê motivos
para o seu colega andar à procura de outro tipo de sentimentos, pois, se
ele/ela tiver tudo o que precisa no ambiente do trabalho, dificilmente voltará
a sentir um ataque de ciúmes no serviço. Porém, para garantir isso, uma relação
tem de ser acarinhada diariamente e isso passa, em grande parte, por fugir à
rotina.
Quem se sente acarinhado,
dificilmente sente aqueles ciúmes avassaladores, porque está bem e sente-se
seguro no seu time de trabalho. E será que a outra pessoa não estará a sentir
exatamente a mesma coisa? Uma relação saudável necessita de carinho verbal, de
forma contínua, e de ambas as partes. Use gestos de carinho, em palavras
positivas e crie mais compreensão, pois ambos são parte da mesma equipe, tem
que por foco no serviço pelo que foram contratados e visualizem os esforços de todos
e os resultados da empresa.
A
IRONIA NO TRABALHO
Diversas situações
apresentam a ironia nas suas mais variadas formas, buscando as melhores
direções para o uso da mesma e quando se deve evitar a utilização dela. Sua
função real é apresentar um panorama sobre a adequação do uso desta figura
semântica. É necessário também ressaltar que mostrar que a ironia é uma
"arma" que se utilizada de uma maneira inteligente possui um grande
valor.
Provocante, ousada, pra
muitos até irritante. Esses são alguns dos muitos adjetivos que são dados a
ironia, sendo que essa é realmente algo muito complicado de se obter uma
definição final, não só pela sua amplitude, mas também pela sua versatilidade. A
ironia se faz presente muitas vezes, pela sua amplitude e também pelas suas
formas de abordagem em cenas cotidianas como conversas entre amigos ou no
trabalho, além da velha definição de ironia que é dizer uma coisa e dar a
entender o contrário podem-se também a definir de outras maneiras como, por
exemplo, a busca por dizer algo que venha a instigar uma série de
interpretações subversivas sobre o que foi dito.
Ter domínio do bom
senso e alguma noção sobre ética é importante para ser irônico sem ser
ofensivo, para ser "escrachado" e mesmo assim ser inteligente, para
usar essa ferramenta como algo enriquecedor no contexto determinado. O
fato de ser irônico gera muitas controvérsias, certo descontentamento,
normalmente ligado a dificuldade de entendimento dessa figura lingüística, o
que nos remete a outras questões como raciocínio lógico, senso de humor e mente
aberta, dentre as várias formas do mesmo, até pode se disser que é preciso certo
refinamento de humor para entender grande parte das questões onde se emprega
elementos irônicos.
Ironia é definida,
tanto pelo seu caráter ousado e desafiador, mas também pela grande
possibilidade de enriquecimento da fala e escrita. Seu uso feito de forma
adequada possui uma tendência muito forte de ser o diferencial do trabalho ou
situação. Outra questão importante a ser ressaltada é o fato do domínio de
contexto/situação para que possa haver uma melhor compreensão da idéia que está
se tentando passar ao se expressar ironicamente.
Das Implicaturas
Conversacionais até o surgimento da Ironia. Existem dois tipos de implicaturas,
uma que busca se mantiver ao significado normal das palavras e outra que não
depende dessa normalidade, mas sim de questões relacionadas a elementos do ato
de comunicação em si. Tem relação com o número de informações a serem
passadas. Estas devem estar em um contexto necessário, informativos e sem
excessos. Máximas da ironia:
· * Ironia da Qualidade está relacionada com
a verdade. É preciso respeitar essa verdade e as evidências da mesma.
· * Ironia da Relação está conjunta à busca
por ser relevante.
· * Ironia do Modo esta relacionada a
questões de clareza. Usa-se a ironia para responder a pergunta, pois considera
que essa foi uma pergunta óbvia.
Partindo do princípio
que na maioria das vezes, colegas de trabalho possuem uma coordenação mais
avançada, aliada a informação dada por supervisores ou chefes, usam a ironia
para evitar o constrangimento de uma resposta positiva e direta.
Comentários e diversos
tipos de produções relacionadas a serviço a prestar usam esse recurso
lingüístico, utilizando vários elementos irônicos na concepção do seu trabalho. Por
se tratar de uma figura de linguagem muito provocativa, a ironia é um elemento
muito útil para ser usado em ocorrências e debates empresariais, embora muitas
vezes também aparecesse em algum direito de resposta.
A ironia pode ser
considerada o elemento de linguagem mais provocador que existe. Seu uso na
maioria das vezes visa mesmo fazer uso dessas provocações geradas. Por
isso mesmo é necessário muito cuidado ao ser irônico, pois a compreensão por
parte de todos depende primeiramente da forma com que a ironia é passada. A
observação bem feita do contexto/situação onde está ocorrendo a atividade é
mais do que importante, é fundamental, Caso contrário o tiro pode sair pela
culatra.